Centro de Informação e Biblioteca em Educação (Cibec) - 1981
No contexto da criação do CBPE, em 1953, Anísio Teixeira criou o Centro de Documentação Pedagógica para sistematizar os resultados da Campanha de Inquéritos e Levantamentos do Ensino Médio e Elementar (Cileme) e da Campanha do Livro Didático e Material de Ensino (Caldeme), além de divulgar seus resultados. Surgiu assim a biblioteca do CBPE, que mantinha documentação relativa às necessidades dos estudos e pesquisas das diferentes divisões do Inep, repositório de bibliografia sobre Educação, uma completa Brasiliana, um cadastro bibliográfico de instituições educacionais e de educadores do Brasil e do mundo, bem como um Museu Pedagógico, além de filmoteca, discoteca, arquivo de fotografias e gravuras. Era o espírito do Pedagogium mantido vivo no coração do Inep.
O atual Centro de Informação e Biblioteca em Educação (Cibec), uma continuação da biblioteca do CBPE, foi criado em 1981 e é oriundo da fusão de onze bibliotecas existentes até então na sede do Ministério da Educação, em Brasília. É voltado à área da Educação, atua nos segmentos de Biblioteca e Arquivo, sendo também depositário de documentação do Inep e do MEC.
Histórico
1890 - Criação do Pedagogium, incluindo museu pedagógico e biblioteca.
1938 - A implantação do Inep abrangia uma Biblioteca Pedagógica e um Museu Pedagógico. A Biblioteca Pedagógica iniciou seu acervo com doações de 440 volumes, feitas pela viúva do professor Parga Nina e pelos professores Murilo Braga e Lourenço Filho.
1940 - Instalação da Biblioteca Pedagógica no décimo pavimento do Palácio Capanema. Em 1944, já contava com 8.318 volumes.
1953 - Criação do Centro de Documentação Pedagógica do Inep.
1955 - Foram instituídos o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e os centros regionais, que absorveram as atividades de documentação do Inep.
1958 - Reforma da Biblioteca Murilo Braga. O acervo atingiu o número de 30.447 livros, com 693 títulos de periódicos nacionais e 667 estrangeiros. Foram adquiridas 5.319 novas obras.
1963 - Contava com 41.691 obras, mais de 7 mil folhetos, 784 títulos de periódicos nacionais e 585 de estrangeiros.
1970 - Foi Instalado um Núcleo de Documentação Pedagógica do Inep em Brasília, no Edifício Gilberto Salomão, onde também foi montado um gabinete para o Diretor-Geral e uma pequena assessoria.
1976 - Considerada a mais completa na área de educação, contava com mais de 73 mil volumes. Diante da iminente mudança para Brasília, intelectuais e instituições cariocas conseguiram que a biblioteca do CBPE fosse doada à UFRJ, com o objetivo de constituir-se na biblioteca de pós-graduação em educação. O restante da coleção seguiu para Brasília.
1977 - Com a mudança para Brasília, a Coordenadoria de Documentação e Informação, formada por sete pessoas, foi dividido e apenas uma bibliotecária passou a cuidar da biblioteca com um acervo básico de relatórios e documentos oficiais.
1979 - A biblioteca foi instalada no Anexo I do MEC, para o qual o Inep foi transferido.
1981 - Na área de documentação e informação, iniciaram-se os trabalhos de planejamento do Sistema de Informações Bibliográficas em Educação, Cultura e Desportos (Sibe), em nível nacional, a fim de operar por meio de uma rede de bibliotecas e centros de documentação educacional, tendo como unidade central o Centro de Informações Bibliográficas do MEC (Cibec), constituído pelo acervo da biblioteca do Inep.
1992 - O CIBEC foi responsável pela implementação do Centro de Referências sobre Inovações e Experimentos Educacionais (Crie), que visava à constituição de um sistema de seleção e disseminação de experimentos e inovações educacionais que contribuíssem para a formulação de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade da educação básica.
1996 - Implantação do Centro de Referência e Difusão em Educação, resgatando as funções originais do Cibec.
1997 - Com o Inep transformado em autarquia, o Cibec iniciou a automatização dos seus serviços e produtos.
1998 - Reinauguração do CIBEC.
2001 - Criada a Diretoria de Tratamento e Disseminação de Informações Educacionais, destinada à divulgação de resultados e produtos dos sistemas de avaliação e de indicadores e estatísticas educacionais.
2003 - Consolidação do Cibec. Possui, hoje: Central de Atendimento ao Usuário; Biblioteca Virtual de Educação; Programa de Legislação Educacional Integrada e Thesaurus Brasileiro de Educação. O Centro oferece orientação quanto ao seu uso; seleção, catalogação, classificação e indexação de produções; atendimento às solicitações de publicações do Inep; Exposição de Obras Raras; além do Programa Conheça a Educação, com realização de palestras temáticas.
Revista Em Aberto - 1981
Foi na perspectiva de estreitamento de relações com a comunidade acadêmica que, em 1981, Saraiva lançou a publicação “Em Aberto”, inicialmente com caráter técnico e de assessoramento interno ao MEC, tornando-se, em seguida, um importante periódico do campo da educação. Esse novo período do Inep passou a oferecer espaço para publicações de especialistas da área e para o debate de questões específicas de interesse do Ministério da Educação. Atualmente, com mais de uma centena de edições, divididas em 31 volumes, a revista tornou-se uma publicação em que cada número temático é de responsabilidade de um organizador, com periodicidade quadrimestral, destinada a estimular e promover a discussão de questões atuais e relevantes da educação brasileira.
Prêmio Grandes Educadores - 1983
O Prêmio Grandes Educadores Brasileiros, criado pelo Decreto no. 88.719, de 15 de setembro de 1983, e tendo como sua Secretária-Executiva a professora Letícia Maria Santos de Faria, destinava-se a premiar monografias produzidas sobre a vida e a obra de educadores brasileiros já falecidos.
O prêmio tinha como objetivo estimular a produção científica de trabalhos históricos de alto nível, na área da educação, com a divulgação da obra de educadores brasileiros eméritos e falecidos, e serviu para trazer a público a vida e atuação de algumas personalidades até então pouco conhecidas no panorama nacional, além de lançar luz sobre aspectos desconhecidos da vida e obra de educadores já conhecidos nacional e internacionalmente.
Com frequência anual, a comissão julgadora designada selecionava os trabalhos de maior destaque para os prêmios de primeiro, segundo e terceiro lugar, com prêmios em dinheiro e tendo suas monografias publicadas e distribuídas pelo Inep. Além da monografia, os candidatos deveriam submeter informações sobre o educador abordado, como dados pessoais e profissionais, seus principais títulos e funções desempenhadas, discípulos ou orientandos que se destacaram, principais trabalhos realizados e descendentes ou familiares vivos.
Alguns dos educadores homenageados por monografias premiadas (e seus respectivos autores) foram: Manuel Luís Azevedo d’Araújo (Maria Thetis Nunes), Anísio Teixeira (Maria do Amparo Borges Ferro), Fernando de Azevedo (Nelson Piletti e Maria Luiza de Oliveira Penna Marques Moreira), Firmino Costa Pereira (Fernando Correia Dias), José Veríssimo (Antonio Adelino Marques Brandão) e Francisco Rangel Pestana (Maria Lúcia Spedo Hilsdorf).
A sede do Inep na Universidade de Brasília - 1988
Na década de 1980, o Inep contou com três diretores-gerais que continuaram a envidar esforços em prol da recuperação institucional e financeira do instituto: a educadora potiguar Vanilda Paiva, que teve um curto mandato, de março de 1985 a abril de 1986; o cientista social catarinense Pedro Demo, também com mandato de apenas um ano, de abril de 1986 a julho de 1987; e o economista pernambucano Marcos Formiga, que dirigiu o instituto por cerca de dois anos, de julho de 1987 a março de 1990. Os três atuaram sob o governo de José Sarney, que tomou posse em razão da morte de Tancredo Neves, eleito presidente por meio de votação indireta pelo Congresso Nacional. Foi na gestão de Marcos Formiga, houve uma tentativa de retomada do Pedagogium, ao mesmo tempo em que foi planejada a construção de novas instalações no campus da Universidade de Brasília, com projeto encomendado ao arquiteto Zanini Caldas, a fim de acolher o Inep.
Governo Collor - 1990
O tempo de Fernando Collor na Presidência da República foi um período em que a sociedade brasileira discutia a reforma da educação técnica e profissional e o Inep, apesar de praticamente congelado, não se omitiu em relação a esse debate, mantendo firme e forte sua tradição de interveniente nos rumos da educação nacional e buscando mostrar sua incontestável relevância. É desse período a histórica e bastante citada publicação do Inep sobre a relação entre educação e trabalho no Brasil, organizada por Acácia Zeneida Kuenzer. Naquele momento, em que o instituto parecia estar sendo jogado no abismo da extinção, esse movimento foi uma espécie de retomada de origens, na década de 1930, quando os então Ministério dos Negócios da Educação e da Saúde e Instituto Nacional de Pedagogia foram criados, justamente para subsidiar o país na formação para o trabalho, no âmbito do processo de industrialização proposto por Getúlio Vargas.