Primeira sede do Inep - 1938

 

Logo que passou a funcionar, em 1938, o Inep foi instalado provisoriamente em uma sala do Palácio Tiradentes. Contava com apenas quatro funcionários, incluindo seu diretor-geral. Alguns meses depois, foi instalado em um casarão na Praça Marechal Âncora, ao lado do Museu Histórico Nacional. Em seguida, passou a funcionar em um dos mais modernos edifícios de escritórios do Rio de Janeiro à época: o Edifício Rex, na Praça Marechal Floriano, Cinelândia, em frente à Câmara Legislativa.

Lourenço Filho - 1938

 

Manuel Bergström Lourenço Filho foi o primeiro dirigente do Inep, na época Diretor-Geral, desde o início do funcionamento do instituto, em 30 de julho de 1938 até 12 de fevereiro de 1946, quando foi substituído por Murilo Braga. Filho de pai português e mãe sueca, nasceu na cidade paulista de Porto Ferreira em 10 de março de 1897. Faleceu no Rio de Janeiro, em 3 de agosto de 1970, aos 73 anos. Seguiu a carreira do magistério, inicialmente em São Paulo, em seguida no Rio de Janeiro e exerceu o magistério primário em sua cidade natal. Entre 1922 e 1923, aos 24 anos, foi convidado para ser o diretor da Instrução Pública do Ceará, com a incumbência de reorganizar o ensino do estado, o que lhe deu notoriedade nacional. Na década de 30, transferiu-se para o Rio de Janeiro exercendo funções de chefe de gabinete do primeiro Ministro da Educação Francisco Campos. Alguns anos mais tarde, no tempo da gestão de Anísio Teixeira na Secretaria de Educação do Distrito Federal, na época a cidade do Rio de Janeiro, dirigiu o Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Integrante do movimento escolanovista, escreveu um livro básico para se compreender o movimento (Introdução ao Estudo da Escola Nova, 1930) e foi um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros.

Formação de professores - 1940

 

O início dos anos 1940 foi o momento inicial do processo da industrialização do país, em que começaram a ser feitos grandes investimentos na indústria pesada. Foram criadas a Fábrica Nacional de Motores, conhecida popularmente como "FeNeMê" (1939), a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a Companhia Vale do Rio Doce (1942) e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945), empresas estatais que deveriam abrir portas para a indústria nacional. A Confederação Nacional da Indústria, que havia sido criada em 1938, estimulou a criação de várias federações industriais nos estados brasileiros, a fim de promover o desenvolvimento do país. Esse período foi marcado por fortes reivindicações relacionadas à universalização da educação. O Inep teve papel central nas políticas públicas para a educação naqueles anos 1940, atuando na construção de escolas em todo o país, na instauração do ensino agrícola nos meios rurais, interferindo na formação de professores, orientando a formulação de políticas públicas e buscando unificar os sistemas estaduais de educação que, até a década anterior, eram isolados.

I Conferência Nacional de Educação - 1941

 

Somente em 1941, dezenove anos depois, por força da Lei 378, de 12 de janeiro de 1937, a mesma que que deu nova organização ao Ministério da Educação e Saúde e criou o Inep, é que foi realizada a I Conferência Nacional de Educação e Saúde, convocada pelo Presidente Getúlio Vargas e organizada pelo Inep. A conferência foi articulada em torno de temáticas estratégicas:  organização e a administração da educação, o ensino primário e seu custeio, o ensino normal, como eram chamados os cursos de formação de professores para o primário, o ensino profissional, a proteção à infância e a organização da juventude brasileira. É interessante observar que à época nenhum outro país no mundo adotava este modelo de construção de políticas públicas para promover o diálogo entre governos e sociedade civil, o que colocava em evidência a visão democrata de Gustavo Capanema e o pioneirismo do Inep para propor e realizar, no seio de um governo autoritário, a Primeira Conferência Nacional de Educação e Saúde, da qual derivaram todas as demais. Desde 1941, foram realizadas mais de 150 conferências nacionais em praticamente todas as áreas de atuação do governo federal.

Lourenço Filho e Funcionários - 1942

 

A fim de subsidiar demandas estratégicas do governo federal, Lourenço Filho, à frente do Inep, deu impulso a programas de formação de adultos e a levantamentos censitários acerca da situação da educação em todo o país. Esse movimento estratégico conduzido pelo Inep continuou ocupando a pauta do instituto após o término da guerra e, a partir de 1947, foram instaladas classes de ensino supletivo na maior parte dos municípios, o que também era de responsabilidade do Inep, que geria o Fundo Nacional do Ensino Primário. Também a partir desse mesmo ano, o Inep esteve diretamente envolvido na concepção e condução da Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), a qual, dirigida por Lourenço Filho a partir de sua saída da Direção-Geral do instituto, tinha por objetivo levar a educação de base a todos os brasileiros, nas áreas urbanas e rurais.


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